As escolas de samba do Rio de Janeiro (2011-2020): carnaval e resistência

Conteúdo do artigo principal

Maximiliano Marques
Felipe Ferreira

Resumo

Este artigo investiga os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro em seu diálogo com a política brasileira no período de 2011 a 2020, considerando esses desfiles como um importante espaço de discussão e negociação entre a sociedade e as instituições de poder. Propõe-se também a revisar as tensões ocorridas no Brasil na mesma fase, que serviram como fonte de inspiração para as escolas de samba cariocas manifestarem desigualdades econômicas, sociais e políticas do país, de forma crítica e satírica. Ao final, argumentamos que, por representar uma época de grande movimentação política nacional, o referido período refletiu a revalorização da ideia de “resistência” nas narrativas visuais (fantasias e alegorias) e literárias (enredos e letras dos sambas) do carnaval das escolas de samba.

Detalhes do artigo

Como Citar
Marques, M., & Ferreira, F. (2021). As escolas de samba do Rio de Janeiro (2011-2020): carnaval e resistência. Brasiliana: Journal for Brazilian Studies, 10(1). https://doi.org/10.25160/bjbs.v10i1.127099
Seção
Dossier

Referências

Referências Bibliográficas

Almeida, F. R. de. (2020) Crítica política e perspectivas de democracia nas narrativas carnavalescas das escolas de samba do Rio de Janeiro na década de 1980. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-graduação em História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Araújo, V. M. M. (2011) Yes, nós temos baianas: o processo de construção da personagem baiana de escola de samba no século XX. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-graduação em Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Archer-Straw, P. (2000) Negrophilia: avant-garde Paris and black culture in the 1920s. New York: Thames and Hudson.

Barsetti, S. (2018) A farra dos guardanapos: o último baile da era Cabral: a história que nunca foi contada. Rio de Janeiro: Máquina de Livros.

Blake, J. (1999) Le tumulte noir: modernist art and popular entertainment in jazz-age Paris, 1900-1930. University Park: The Pennsylvania State University Press.

Briso, C. B.; Bacelar, C. (2018) ‘Tuiuti vai do inferno ao paraíso’. O Globo, Rio de Janeiro, ano XCIII, nº 30.873, 15 fev., Matutina, Rio, p. 8.

Cabral, O. (2013) ‘O poder acuado’. Veja, São Paulo, edição 2327, ano 46, nº 26, 26 jun., p. 66-71.

Campos, M. M. de; Coimbra, M. R.; Oliveira, L. A. de. (2018) ‘Crise Política: uma análise das estratégias de comunicação do governo de Michel Temer (PMDB)’. Aurora: revista de arte, mídia e política, São Paulo, v. 11, n. 32, jun./set., p. 149-167.

Ferreira, F. (2004) O livro de ouro do carnaval brasileiro. Rio de Janeiro: Ediouro.

_______. (2008) ‘Estratégias de sobrevivência: o surgimento das escolas de samba no Brasil de Getúlio Vargas’. In: Pontes Jr., G.; Pereira, V. H. A. (Orgs.). O velho, o novo, o reciclável Estado Novo. Rio de Janeiro: De Letras, p. 201-214.

_______. (2012) ‘Escolas de samba: uma organização possível’. In: _______. Escritos carnavalescos. Rio de Janeiro: Aeroplano, p. 172-192.

Grillo, M. (2016) ‘Na Sapucaí de enredos milionários, política não dá samba’. O Globo, Rio de Janeiro, ano XCI, nº 30.134, 07 fev., Matutina, Primeiro Caderno, p. 6.

Hall, S. (2003) ‘Notas sobre a desconstrução do popular’. In: Sovik, L. (Org.). Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG; Brasília: Representação da UNESCO no Brasil, p. 247-264.

Marques, M. (2018) A cuíca está roncando: uma abordagem dos aspectos visuais das revistas carnavalescas de Walter Pinto dos anos 40, e seu diálogo com o carnaval carioca. Tese de Doutorado do Programa de Pós-graduação em Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

_______. (2020) ‘Tem bububu no bobobó: o teatro de revista de Walter Pinto e as escolas de samba’. In: Cavalcanti, M. L.; Gonçalves, R. de S. (Orgs.). Carnaval sem fronteiras: as escolas de samba e suas artes mundo afora. Rio de Janeiro: Mauad X, p. 125-151.

O Globo. (2016a) A noite em que a propina saiu de destaque. Rio de Janeiro, ano XCI, nº 30.136, 09 fev., Matutina, Rio, p. 9.

_______. (2016b) Rio de Janeiro, ano XCI, nº 30.136, 09 fev., 2ª edição, Matutina, Carnaval, p. 3.

_______. (2018a) Rio de Janeiro, ano XCIII, nº 30.873, 15 fev., Matutina, p. 1 e 7.

_______. (2018b) O samba que põe o dedo na ferida. Rio de Janeiro, ano XCIII, nº 30.871, 13 fev., Matutina, Carnaval, p. 5.

_______. (2018c) Recado duro da Avenida ecoa na rede. Rio de Janeiro, ano XCIII, nº 30.872, 14 fev., Matutina, Rio, pág. 3.

_______. (2020) O público do Sambódromo não perdeu a piada. Rio de Janeiro, ano XCV, nº 31.613, 25 fev., Matutina, Caderno Especial, p. 3.

Pereira, D. (2015) ‘Impeachment não é guerra’. Veja, São Paulo, edição 2455, ano 48, nº 49, 09 dez., p. 54-61.

Storey, J. (2015) Teoria cultural e cultura popular: uma introdução. São Paulo: Sesc.

Tatagiba, L. (2018) ‘Entre as ruas e as instituições: os protestos e o impeachment de Dilma Rousseff’. Lusotopie, v. 17, set., p. 112-135.