Anti-gender politics and the authoritarian turn in Brazil

Conteúdo do artigo principal

Gustavo Gomes da Costa Santos

Resumo

Em 2018, Jair Bolsonaro, ex-capitão e deputado conhecido por seus comentários racistas, sexistas e homofóbicos, foi eleito presidente do Brasil. Sua eleição chocou analistas políticos, representando o maior retrocesso na democracia brasileira desde o fim do regime militar nos anos 80. O presente trabalho analisa os atores sociais e os processos políticos que viabilizaram a ascensão do Bolsonaro ao poder. O texto se concentra no papel das políticas anti-gênero na recente virada autoritária. Inspirado em alguns insights da metodologia de Análise de Evento de Protesto, o trabalho explora a dinâmica dos eventos de protesto anti-gênero, seus principais atores sociais e políticos, repertórios de ações e demandas. Também analisa o recente debate sobre a crise da democracia e o avanço de movimentos e partidos de extrema direita, centrando-se na centralidade da oposição à igualdade de gênero e aos direitos LGBTQI + na retórica e na ação de destes movimentos.

Detalhes do artigo

Como Citar
Gomes da Costa Santos, G. (2021). Anti-gender politics and the authoritarian turn in Brazil. Brasiliana: Journal for Brazilian Studies, 10(1), 96–125. https://doi.org/10.25160/bjbs.v10i1.126782
Seção
Dossier

Referências

Almeida, R. D. (2017) ‘A onda quebrada-evangélicos e conservadorismo’. Cadernos Pagu, (50).

Avritzer, L. (2019) O pêndulo da democracia. Todavia.

Beissinger, M. (2002) Nationalist Mobilization and the Collapse of the Soviet State. Cambridge: Cambridge University Press.

Blee, K. M. and Creasap, K. A. (2010) ‘Conservative and right-wing movements’, Annual review of sociology, 36, pp. 269-286.

Bobbio, N. (2001) Direita e Esquerda razões e significados de uma distinção política. Unesp.

Brown, W. (2019) In the ruins of neoliberalism: the rise of antidemocratic politics in the West. Columbia University Press.

Caiani, M., Della Porta, D. And Wagemann, C. (2012) Mobilizing on the extreme right: Germany, Italy, and the United States. Oxford University Press.

Cardoso, A. (2020). À beira do abismo: Uma sociologia política do bolsonarismo. Amazon.

Casimiro, F. H. C. (2016). A nova direita no Brasil: aparelhos de ação político-ideológica e a atualização das estratégias de dominação burguesa (1980-2014). Expressão Popular.

Castelli Gattinara, P. andPirro, A. L. (2019) ‘The far right as social movement’, European Societies, 21(4), pp. 447-462.

Castells, M. (2018) Ruptura: a crise da democracia liberal. Editora Schwarcz-Companhia das Letras.

Cohen, S.(2002) Folk devils and moral panics: the creation of the mods and rockers. Oxford: Blackwell.

Corrêa, S., Petchesky, R., and Parker, R. (2008) Sexuality, health and human rights. Routledge.

Corrêa, S. and Parker, R. (Eds.) (2011) Sexualidade e politica na America Latina. Rio de Janeiro, Sexuality Policy Watch..

Corrêa, S. (2018) ‘A “política do gênero”: um comentário genealógico’, Cadernos Pagu, (53).

Della Porta, D. (2020) ‘Conceptualising backlash movements: A (patch-worked) perspective from social movement studies’, The British Journal of Politics and International Relations, 22(4), pp. 585-597.

Dietze, G. and Roth, J. (Eds.) (2020) Right-Wing Populism and Gender: European Perspectives and Beyond. Transcript Verlag.

Eaton, K. (2014) ‘New strategies of the Latin American Right: beyond parties and elections’, in. Luna, J. P., & Kaltwasser, C. R. (Eds.) (2014) The resilience of the Latin American right. JHU Press, pp. 75-93.

El País (2020) ‘Qué es lo que Vox llama ‘pin parental?’ January, 21st. Available at: https://elpais.com/sociedad/2020/01/17/actualidad/1579258136_624639.html/ (Accessed: 29 April 2021).

Fassin, É. (2017) Populisme: le grand ressentiment. Éditions Textuel.

Foa, R. S., and Mounk, Y. (2017) ‘The signs of deconsolidation’, Journal of democracy, 28(1), pp. 5-15.

Fukuyama, F. (2018) Identity: Contemporary identity politics and the struggle for recognition. Profile books.

Goode, E. and Ben-Yehuda, N. (2009) Moral Panics: The Social Construction Of Deviance, Pondicherry.

Goldstein, A. (2019) ‘A ascensão da direita radical brasileira no contexto internacional, in Bohoslavsky, E. L., Motta, R. P. S. and Boisard, S. (Eds.) Pensar as direitas na América Latina. Alameda.

Greenwald, G., Reed, B. and Demori, L. ‘Como e por que o intercept está publicando chats privados sobre a Lava Jato e Sergio Moro’ The Intercept – Brasil, June 9th Available at https://theintercept.com/2019/06/09/editorial-chats-telegram-lava-jato-moro/ (Accessed: 29 April 2021)

Hutter, S. (2014) ‘Protest event analysis and its offspring’, In. Donatella della Porta (ed.). Methodological practices in social movement research. Oxford University Press.

Junqueira, R. D. (2018) ‘A invenção da" ideologia de gênero": a emergência de um cenário político-discursivo ea elaboração de uma retórica reacionária antigênero’, Revista Psicologia Política, 18(43), pp. 449-502.

Klandermans, B. and Mayer, N. (2005). Extreme right activists in Europe: Through the magnifying glass. Routledge.

Kuhar, R. and Paternotte, D. (eds.) (2017) Anti-Gender Campaigns in Europe: Mobilizing against Equality. London: Rowman andLittlefield International.

Lacerda, M. B. (2019). O novo conservadorismo brasileiro: de Reagan a Bolsonaro. Editora Zouk.

Laclau, E. and Mouffe, C. (2001) Hegemony and Socialist Strategy: Towards a Radical Democratic Politics. Verso; 2nd edition, 2001.

Lambelet, A. (2009) ‘Analyse événementielle’, in Olivier Fillieule(ed) Dictionnaire des mouvements sociaux. Paris: Presses de Sciences Po.

Levitsky, S.,and Ziblatt, D. (2018) How democracies die. Broadway Books.

Luna, J. P., & Kaltwasser, C. R. (Eds.) (2014) The resilience of the Latin American right. JHU Press.

Mainwaring, S., Meneguello, R. and Power, T. J. (2000) Partidos conservadores no Brasil contemporâneo: quais são, o que defemdem, quais são suas bases. Paz e Terra.

Matos, A. P. (2018) ‘Discursos ultraconservadores eo truque da" ideologia de gênero": gênero e sexualidades em disputa na educação’, Revista Psicologia Política, 18(43), pp. 573-586.

McAdam, D., Tarrow, S. and Tilly, C. (2001) Dynamics of contention. New York and London: Cambridge University Press.

Melucci, A. (1996). Challenging codes: Collective action in the information age. Cambridge University Press.

Meyer, D. S. and Staggenborg, S. (1996). ‘Movements, countermovements, and the structure of political opportunity’, American journal of sociology, 101(6), pp. 1628-1660.

Miskolci, R. and Campana, M. (2017) ‘”Ideologia de gênero”: notas para a genealogia de um pânico moral contemporâneo’. Sociedade e Estado, 32(3), pp. 725-748.

Moreira, J. A. (2020) ‘"Máscara é coisa de viado", dizia Bolsonaro a funcionários’. Diário de Notícias, July 9th. Available at https://www.dn.pt/mundo/mascara-e-coisa-de-viado-dizia-bolsonaro-a-funcionarios-12405019.html (Accessed: 29 April 2021)

Motta, R. P. S. (2019) ‘Anticomunismo, antipetismo e o giro direitista no Brasil’, in Bohoslavsky, E. L., Motta, R. P. S. and Boisard, S. (Eds.) Pensar as direitas na América Latina. Alameda.

Mudde, Cas. (2020) O regresso da ultradireita: da direita radical à direita extremistas. Lisboa, Editorial Presença.

Norris, P., and Inglehart, R. (2019) Cultural backlash: Trump, Brexit, and authoritarian populism. Cambridge University Press.

Opp, K.-D. (2009) Theories of Political Protest and Social Movements. A Multidisciplinary Introduction, Critique, and Synthesis. London: Routledge.

Penna, F. A. (2018) ‘A tentativa reacionária de censura nos currículos escolares: compreendendo a subversão mútua entre as lógicas de socialização e subjetivação’, Revista Psicologia Política, 18(43), pp. 557-572.

Pinheiro-Machado, R. (2019) Amanhã vai ser maior: o que aconteceu com o Brasil e possíveis rotas de fuga para a crise atual. Planeta Estratégia.

Pleyers, G. (2018) Movimientos sociales en el siglo XXI. Perspectivas y herramientas analíticas. Buenos Aires, CLACSO.

Prado, M. A. M. And Correa, S. (2018) ‘Retratos transnacionais e nacionais das cruzadas antigênero’, Revista Psicologia Política, 18(43), pp. 444-448.

Przeworski, A. (2019) Crises of democracy. Cambridge University Press.

Quadros, M. P. D. R. and Madeira, R. M. (2018) ‘Fim da direita envergonhada? Atuação da bancada evangélica e da bancada da bala e os caminhos da representação do conservadorismo no Brasil’, Opinião Pública, 24(3), pp. 486-522.

Rydgren, J. (2007) ‘The sociology of the radical right’, Annual Review of Sociology, 33, pp. 241-262.

Rodrigues, L. M. (1987) Quem é quem na Constituinte: uma análise sócio-política dos partidos e deputados. OESP.

Santos, D. (2012) ‘Supremo decide por 8 a 2 que aborto de feto sem cérebro não é crime’, Portal G1, April 14th. Available at http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/04/supremo-decide-por-8-2-que-aborto-de-feto-sem-cerebro-nao-e-crime.html. (Accessed: 29 April 2021).

Schmincke, I. (2020) ‘Sexual politics from the right: attacks on gender, sexual diversity and sex education’, in Dietze, G. and Roth, J. (Eds.) Right-Wing Populism and Gender: European Perspectives and Beyond. Transcript Verlag.

Singer, A. (2012) Os sentidos do lulismo: reforma gradual e pacto conservador. Editora Companhia das Letras.

Singer, A. (2018) O lulismo em crise: um quebra-cabeça do período Dilma (2011-2016). Editora Companhia das Letras.

Skocpol, T. and Williamson, V. (2016) The Tea Party and the remaking of Republican conservatism. Oxford University Press.

Solano, E. (Ed.) (2018) O ódio como política: a reinvenção das direitas no Brasil. Boitempo Editorial.

Solano. E. (2019) ‘A bolsonarização do Brasil’, Documentos de Trabajo IELAT, Versión Digital, Nº 121, Abril. Available at https://ielat.com/wp-content/uploads/2019/03/DT_121_Esther-Solano-Gallego_Web_abril-2019.pdf (Accessed: 29 April 2021)

Solano, E. (2020) ‘La politique, le marché et la morale selon l’extrême droite brésilienne’, Le Brésil de Bolsonaro : le grand bond en arrière. Point de vue du Sud, Centre Tricontinental.

Szwako, J. (2014) ‘O 'mau desempenho' de Lugo: gênero, religião e contramovimento na última destituição presidencial paraguaia’, Opinião Pública, 20(1), pp. 132-155.

Tarrow, S. G. (2011) Power in movement: Social movements and contentious politics. Cambridge University Press.

The Economist (2009) “Brazil takes off”, November 14th-20th.

Traverso, E. (2019) The new faces of fascism: Populism and the far right. Verso Books.

Tremblay, M., Paternotte, D. and Johnson, C. (Eds.) (2011) The lesbian and gay movement and the state: Comparative insights into a transformed relationship. Ashgate Publishing, Ltd.

Velasco Cruz, S., Kaysel, A.and Codas, G. (eds.) (2015) Direita, volver!: o retorno da direita e o ciclo polı́tico brasileiro. São Paulo, Editora Fundação Perseu Abramo.

Vencato, A. P., Silva, R. L. D. and Alvarenga, R. L. (2018) ‘A educação e o presente instável: repercussões da categoria "ideologia de gênero" na construção do respeito às diferenças’, Revista Psicologia Política, 18(43), pp. 587-598.

Vrydagh, F. (2020) Gagner les corps, les cœurs et les esprits : comprendre l’engagement dans le mouvement brésilien pro-destitution (2014-2016). PhD thesis. Université Libre de Bruxelles (ULB). Available at: https://dipot.ulb.ac.be/dspace/bitstream/2013/305496/3/TheseDifusionFV.pdf

(Accessed: 29 April 2021)

Weyland, K., Madrid, R., and Hunter, W. (Eds.) (2010) Leftist Governments in Latin America: Successes and Shortcomings. Cambridge: Cambridge University Press.

Wodak, R. (2015) The politics of fear: What right-wing populist discourses mean. Sage.

Žižek, S. (2015) O ano em que sonhamos perigosamente. Boitempo Editorial.