O espaço urbano na Amazônia como campo de aplicação de forças fiversas: a governança municipal e a participação popular no Centro Histórico de Belém
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Este estudo tem como objetivo discutir sobre as políticas públicas e a participação popular em relação ao Centro Histórico de Belém. Por uma ótica transdisciplinar, o artigo analisa como intervenções no patrimônio, subsidiadas pelo Estado, provocam segregação social e perda de referências identitárias ao favorecer um processo de privatização do espaço urbano, que se contradiz à narrativa de abrangência das políticas de patrimonialização inclusiva e plural e torna proeminente a percepção de mercantilização da cidade. O artigo argumenta ainda que é necessário o alargamento e a inclusão de representatividade imaterial e participação social na construção de instrumentos de preservação.
Detalhes do artigo
Articles published in Brasiliana are licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License.
When publishing open access, the author signs an author publishing agreement in which they retain copyright and give Brasiliana the right to publish the article. Our Open Access publications are distributed under the terms of the Creative Commons Attribution 4.0 International License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
Referências
Arantes, O. (2000) ‘Uma estratégia fatal’, em Arantes, O et al. (eds.) A cidade do pensamento único: desmanchando consensos. 3ª edn. Petrópolis: Vozes, pp. 11–74.
Cardoso, A. C. D. & Miranda, T. B. (2018) Invisibilidade social e produção de espaço subordinado em Belém (PA), Paisagem e Ambiente, 41, pp. 85-107
Choay, F. (2015) Alegoria do património. 3ª edn. Lisboa: Edições 70.
Costa, D. M. (2004) Arqueologia Patrimonial: o pensar do construir, Habitus, 2. Disponível em: http://plaza.ufl.edu/dmcosta/Downloads/Costa_2004.pdf (Acessado: 5 julho 2020).
Decreto Municipal 89.906. Câmara Municipal (2017) Belém. Disponível em: http://planodiretor.belem.pa.gov.br/wp-content/uploads/2019/05/decreto_89906_2017.pdf (Acessado: 30 julho 2020)
Decreto Municipal 93.903. Câmara Municipal (2019) Belém. Disponível em: http://planodiretor.belem.pa.gov.br/wp-content/uploads/2019/08/Decreto-Municipal-n%C2%BA-93.903-de-24-de-abril-de-2019_Disciplina-o-uso-do-Complexo-Portal-da-Amaz%C3%B4nia.pdf (Acessado: 30 julho 2020)
Godoy, R. de (2015) Arqueoturismo no cerrado e na amazônia: Dois pedaços de um mesmo pote, Revista de Arqueologia Pública, (2). Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rap/article/view/8642870/10436 (Acessado: 23 julho 2020).
Godoy, R. de (2019) O ‘antropólogo turista’ e a arqueologia no Brasil: da retórica à prática, PASOS: Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, 17 (6), 1191–1204.
Gonçalves, J. R. S. (2007) ‘Os Limites do Patrimônio’, em Lima Filho, M.F. et al. (eds.) Associação Brasileira de Antropologia. Antropologia e patrimônio cultural: diálogos e desafios contemporâneos. Blumenau: Nova Letra, pp. 239–248. [online]. Disponível: http://www.aba.abant.org.br/administrator/product/files/42_0013967.pdf (Acessado: 12 julho 2020).
Gonçalves, J. R. S. (2015) O mal-estar no patrimônio: identidade, tempo e destruição, Estudos Históricos, 28 (55), pp. 211–228.
Harvey, D. (2008) Condição Pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. 17ª edn. São Paulo: Edições Loyola.
Hodder, I. (1994) Interpretación en Archeología: corrientes actuales. 2ª edn. Barcelona: Crítica.
Lei N.º 7.401. Câmara Municipal. (1988) Belém. Disponível em: http://www.belem.pa.gov.br/semaj/app/Sistema/view_lei.php?lei=7401&ano=1988&tipo=1 (Acessado: 30 julho 2020).
Lei Orgânica do Município de Belém. Câmara Municipal. (1990) Belém. Disponível em: http://www.belem.pa.gov.br/transparencia/?page_id=549 (Acessado: 30 julho 2020).
Lei Ordinária N.º 7.709. Câmara Municipal. (1994) Belém. Disponível em: http://www.belem.pa.gov.br/semaj/app/Sistema/view_lei.php?lei=7709&ano=1994&tipo=1 (Acessado: 30 julho 2020).
Lei Ordinária N.º 8.655. Câmara Municipal (2008) Belém. Disponível em : http://www.cinbesa.com.br/diario/arquivos/05092008.pdf (Acessado: 30 julho 2020).
Leite, R. P. (2001) Espaço público e política dos lugares: usos do patrimônio cultural na reinvenção contemporânea do Recife Antigo. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/280170 (Acessado: 15 julho 2020).
Leite, R. P. (2007) Contra-usos da cidade: lugares e espaços públicos na experiência urbana contemporânea. 2ª edn. Campinas: UNICAMP.
Marcus, G. (1991) Identidades passadas, presentes e emergentes: Requisitos para etnografias sobre a modernidade no final do século XX ao nível mundia, Revista de Antropologia, (34), pp. 197–221.
Miranda, C. S. (2006) Cidade Velha e Feliz Lusitânia: cenários do Patrimônio Cultural em Belém. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Pará. Disponível em: http://www.repositorio.ufpa.br:8080/jspui/bitstream/2011/1825/1/Tese_CidadeVelhaFeliz.pdf (Acessado: 26 julho 2020).
Ortigoza, S. A. G. (2010) ‘Paisagens Urbanas: imagens e representações do mundo do consumo’, em Paisagens do consumo: São Paulo, Lisboa, Dubai e Seul. 1ª edn. São Paulo: Cultura Acadêmica, pp. 81–90. [online]. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/109158/ISBN9788579831287.pdf (Acessado: 12 julho 2020).
IPHAN (2014) PAC Cidades Históricas Formulação e Implementação. Disponível em:
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Formula%C3%A7%C3%A3o%20e%20Implementa%C3%A7%C3%A3o.pdf (Acessado: 30 de julho de 2020).
IPHAN (2011) ‘Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural aprova tombamento de dois bairros de Belém (PA)’, 3 de maio. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/1551 (Acessado 30 julho 2020).
Portaria Nº 54. Ministério da Cultura (2012) República Federativa do Brasil. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/diarios/36832518/dou-secao-1-10-05-2012-pg-15 (Acessado: 30 julho 2020).
Reis Filho, N. G. & Finger, A. E. (2016) Pareceres do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural: Cidades Históricas, Conjuntos Urbanísticos e Arquitetônicos – Volume 1. Brasília: IPHAN. Vol. 1. Brasília: IPHAN.
Rossi, A. (2001) A Arquitectura da Cidade. 2ª edn. Lisboa: Edições Cosmos.
Santos, M. (1988) Metamorfoses do Espaço Habitado - fundamentos teórico e metodológico da geografia. São Paulo: Hucitec. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4553745/mod_resource/content/1/texto3B_msantos_1988.pdf (Acessado: 14 agosto 2020).
Sarges, M. de N. (2010) Belém: riquezas produzindo a Belle Époque (1870-1912). 3ª edn. Belém: Paka-Tatu.
Sauer, C. O. (1996) ‘The morphology of landscape’, em Agnew, J. et al. (eds.) Human geography: an essential anthology. Inglaterra: T.J. International Limited. pp. 296-315 [online]. Disponível em: http://www8.umoncton.ca/umcm-vincent_guy/Sauer%20-%20Morphology%20of%20landscape.pdf (Acessado: 14 agosto 2020)
Shanks, M. & Tilley, C. (1992) Re-constructing Archaeology theory and practice. 2ª edn. Londres: Blackwell. Disponível em: https://www.academia.edu/4016575/Reconstructing_Archaeology (Acessado 15 julho 2020).
Silberman, N. (2016) ‘A interpretação do patrimônio com o discurso público: rumo a um novo paradigma’, em Silberman, N. et al. (eds.) Desafios para o Patrimônio Mundial: em busca de novas práticas. 1º edn. Jundiaí: Paco Editorial. pp. 11-32.
Silva, L. de J. D. da (2019) ‘Centro Histórico de Belém do Pará: múltiplos olhares sobre paisagens, dinâmicas sociais e história em uma metrópole da Amazônia do século XXI’, em Silva, L.J.D. e Miranda, C.S. (eds.) Olhares sensíveis ao Centro Histórico de Belém: vivências e temporalidades. 1ª edn. Belém: NAEA, pp. 15-30.
Simmel, G. (2013) Sociologia dos espaços, Estudos Avançados, 27 (79), 75–112.
Smith, N. (1996) The new urban frontier: gentrification and revanchist city. 1st edition. New York: Routledge.
Tourinho, H. L. Z. & Lima, D. B. O. (2015) Planos urbanos e centro histórico de Belém, Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, 22 (30), 44–63.
Velho, G. (ed) (2008) ‘Observando o familiar’, em Individualismo e Cultura: Notas para uma antropologia da sociedade contemporânea. 8ª edn. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. pp. 122–132.
Veloso, M. (2006) O fetiche do patrimônio. Habitus, 4 (1), 437–454.
Zancheti, S. & Lapa, T. (2018) ‘Conservação Integrada: evolução conceitual’, em Penna, K. et al. (eds.) Forty years after the Manifest of Amsterdam: Reflections on the past, present and future of Integrated Conservation. Porto: Instituto Politécnico do Porto. pp. 30–37. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/330881711_Forty_years_after_the_Manifest_of_Amsterdam_Reflections_on_the_past_present_and_future_of_Integrated_Conservation (Acessado: 12 agosto 2020).
Zukin, S. (2000) ‘Paisagens Urbanas Pós-Modernas: mapeando cultura e poder’, em Arantes, A.A. (ed.) O espaço da diferença. Campinas: Papirus, pp. 81–103.