Por uma arqueologia da borracha por uma arqueologia da borracha
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Esse artigo tem como objetivo abordar os impactos da borracha sobre a arqueologia histórica e contemporânea na Amazônia. Através de uma “arqueologia da borracha” aqui é escavada uma noção de modernidade. Desde a criação das luvas de borracha, as botas para neve aos pneus, a borracha permitiu ao ser humano expandir suas interações com o meio ambiente. À medida que essas interações foram se expandindo, a consolidação da revolução industrial e do ocidentalismo emaranhou atores e uma complexa teia de significados, devires e agências em oposição ao conhecimento local. Por meio de uma abordagem plural e multiespecífica, este artigo situa o estudo da materialidade da borracha no campo da arqueologia do capitalismo e da modernidade. E ainda, por meio da história oral, da densa pesquisa em arquivo e da arqueologia pública, as ontologias e materialidades locais oferecem à arqueologia contemporânea uma visão mais elástica, voltada para suas percepções de uma história global.
Detalhes do artigo
![]()
Articles published in Brasiliana are licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License.
When publishing open access, the author signs an author publishing agreement in which they retain copyright and give Brasiliana the right to publish the article. Our Open Access publications are distributed under the terms of the Creative Commons Attribution 4.0 International License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
Referências
ATALAY, S., 2008. Multivocality and Indigenous Archaeologies Beyond Nationalist: Global Applicability of Indigenous Archaeologies. Evaluating Multiple Narratives: Beyond Nationalist, Colonialist, Imperialist Archaeologies, Springer, p. 29–44.
BATES, Henry Walter. 1863. The Naturalist on the River Amazons. Vol. 1. London: John Murray, Albemarle Street,
BEZERRA, M. 2011. "“ As moedas dos índios ”: um estudo de caso sobre os significados do patrimônio arqueológico para os moradores da Vila de Joanes , ilha de Marajó , Brasil “ The coins of Indians ”: a case study about the meanings of Archaeological heritage to the local co", v. 110, p. 57–70.
BEZERRA, M. 2012. "Signifying heritage in amazon: A public archaeology project at vila de Joanes, Marajó Island, Brazil", Chungara, v. 44, n. 3, p. 533–542, DOI: 10.4067/S0717-73562012000300015.
BLANCO, S. V. N., BAMBIRRA, V. L. de M. 2017. "A figura feminina no seringal: vozes silenciadas", Revista communitas, v. 1, n. 1, p. 144–160.
BRITO, A. L. 2018. "“Eu trabalhei também”: as trabalhadoras nos seringais do Amazonas (1940-1950)", História & Parcerias, n. Anais do Encontro Internacional e XVIII Encontro de História da Anpuh-Rio.
BROCKWAY, L. H. 1982. Science and Colonial Expansion: The Role of the British Royal Botanic Gardens. Kew Bulletin.
CHAMPNEY, J. W. 1860. Travels in the North of Brazil. Disponível em: http://www.bndigital.bn.gov.br//acervo-digital.
COELHO, G. M. 2011. "Na Belém da belle époque da borracha (1890-1910): dirigindo os olhares", Escritos V, p. 141–168.
COHEN, E. E. 1985. Vila de Boim (1690-1986) sua história, seu povo. Obras lite ed. Santarém, Tiagão.
COSTA, D. M. 2017. "Arqueologia Histórica Amazônida", Revista de Arqueologia, v. 30, n. 1, p. 154–174. DOI: 10.24885/sab.v30i1.506. .
DAOU, A. M. 2004. A belle époque amazônica. 3. ed. [S.l.], Zahar.
DEUS, E. Di. 2017. A dança das facas: Trabalho e técnica em seringais paulistas. 2017. Universidade de Brasília.
GANE, N., HARAWAY, D. 2010. "Se nós nunca fomos humanos, o que fazer?", Ponto Urbe, v. 6, n. 6, p. 1–22. DOI: 10.4000/pontourbe.1635. Disponível em: http://pontourbe.revues.org/1635.
GILBERT, S. F., SAPP, J., TAUBER, A. I. 2012. "A symbiotic view of life: We have never been individuals", Quarterly Review of Biology, v. 87, n. 4, p. 325–341, DOI: 10.1086/668166.
GOMES, D. M. C. 2020. "História da Arqueologia Amazônica no Museu Nacional: diferentes narrativas", Revista de Arqueologia, v. 33, n. 1, p. 03–27. DOI: 10.24885/sab.v33i1.694. .
GONZÁLEZ-RUIBAL, A. 2012. "Hacia otra arqueología: diez propuestas", Complutum, v. 23, n. 2, p. 103–116. DOI: 10.5209/rev-CMPL.2012.v23.n2.40878. .
GONZÁLEZ-RUIBAL, A. 2006. "The Past is Tomorrow. Towards an Archaeology of the Vanishing Present", Norwegian Archaeological Review, v. 39, n. 2, p. 110–125. DOI: 10.1080/00293650601030073. .
HARRISON, R., CABRAL, M. P. 2019. "Arqueologias de futuros e presentes emergentes", Vestígios - Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica, v. 12, n. 2, p. 83–104. DOI: 10.31239/vtg.v12i2.12200. .
HARRISON, R., DESILVEY, C., HOLTORF, C., et al. 2020. Heritage futures: Comparative approaches to natural and cultural heritage practices.
HILLS, D. A. 1971. Heat transfer and vulcanisation of rubber. Elsevier Publishing Company.
HOBHOUSE, H. 2004. Seeds of wealth: Four plants that made men rich. Counterpoint Press.
JACKSON, J. 2011. O ladrão no fim do mundo: como um inglês roubou 70 mil sementes de seringueira e acabou com o monopólio do Brasil sobre a borracha. São Paulo.
LAGE, M. M. L. 2010. Mulher e seringal: um olhar sobre as mulheres nos seringais do Amazonas (1880-1920). 166 f. Universidade Federal do Amazonas.
LANDER, E. 2005. A Colonialidade do Saber - Eurocentrismo e Ciências Sociais - Perspectivas Latino-americanas.
LATOUR, B. 1994. "Jamais fomos modernos", Coleção TRANS, p. 151.
LATOUR, B. 2017. "On actor-network theory. A few clarifications, plus more than a few complications", Logos (Russian Federation), v. 27, n. 1, p. 173–200. DOI: 10.22394/0869-5377-2017-1-173-197. .
LEVIS, C., FLORES, B. M., MOREIRA, P. A., et al. 2018. "How people domesticated Amazonian forests", Frontiers in Ecology and Evolution, v. 5, n. JAN. DOI: 10.3389/fevo.2017.00171. .
LOADMAN, J. 2006. Portrait of the Global Rubber Industry: Driving the Wheel of the World Economy. International Rubber Research & Development Board.
MAEZUMI, S. Y., ROBINSON, M., SOUZA, J. de, et al. 2018. "New insights from pre-Columbian land use and fire management in Amazonian dark earth forests", Frontiers in Ecology and Evolution, v. 6, n. AUG, DOI: 10.3389/fevo.2018.00111.
MARTINELLO, P. 2004. A “batalha da borracha” na segunda guerra Mundial. Rio Branco, EUFAC.
MARTINS JÚNIOR, R. J. M. 2010. Visto , logo existo : moda , sociabilidade feminina e consumo em Belém no limiar do século XX. 1–152 f.
MUNIZ, T. S. A. 2019. "Os agentes do deus elástico no Baixo Amazonas: apontamentos sobre materialidade e patrimônio do período da borracha", ACENO – Revista de Antropologia do Centro-Oeste, v. 6, n. 11,.
MUNIZ, T. S. A. 2020. "Ensaio sobre arqueologia do período da borracha no Baixo Amazonas: materialidade, ontologia e patrimônio", Oficina Do Historiador, v. 13, n. 1, p. 1–17.
OLIVEIRA FILHO, J. P. 1979. "O caboclo e o brabo: notas sobre duas moda- lidades de força de trabalho na expansão da fronteira amazônica do século XIX". Encontros com a civilização brasileira, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, p. 101–140.
REILLY, F. 2017. "Roger Casement - voice of the voiceless", History Ireland Magazine, v. 25, n. 1, Disponível em: https://www.historyireland.com/volume-25/roger-casement-voice-voiceless/.
REZENDE, V. 2013. "“Tinha que ser macho”: as condições de trabalho e as disputas em torno do adicional de insalubridade no setor coureiro-calçadista de Franca-SP (1950-1980)". 2013. Anais do Encontro Internacional e XVIII Encontro de História da Anpuh-Rio.
RÜSEN, J., 2004. "Historical consciousness: Narrative structure, moral function and ontogenetic development". Theorizing historical consciousness, Toronto, University of Toronto Press, p. 63–85.
SAID, E. W. 1990. Orientalismo: o oriente como invenção do ocidente.
SANJAD, N., CASTRO, A. R. M. 2016. "Comércio, política e ciência nas exposições internacionais", Varia Historia, Belo Horizonte, v. 32, n. 58, p. 141–173. DOI: 10.1590/0104-87752016000100007. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0104.
SANTOS JÚNIOR, P. M. dos. 2013. "Manaus da Bélle Époque: tensões entre culturas, ideais e espaços sociais". 2013. Anais do Encontro Internacional e XVIII Encontro de História da Anpuh-Rio.
SHEPHERD, N., 2016. "The conquest of time". Arqueología y decolonialidad, Ediciones ed. Buenos Aires, University, Duke.
SILLIMAN, S. W., 2008. "Collaborative Indigenous Archaeology Troweling at the Edges, Eyeing the Center". Collaborating at the Trowel’s Edge: Teaching and Learning in Indigenous Archaeology.
SOUZA, J. J. V. de. 2017. Seringalidade: o estado da colonialidade na Amazônia e os condenados da floresta. Manaus, Valer.
TSING, A. L. 2019. "Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno", p. 284.
ULE, E. 1908. Coleção Fotográfica. Arquivo Guilherme de la Penha. Belém. Museu Paraense Emilion Goeldi.
WALLERSTEIN, I. 2005. World-systems analysis: an introduction. Duke University Press.
WEINSTEIN, B. 1993. A borracha na Amazônia: expansão e decadência (1850-1920). São Paulo, Hucitec/Edusp.
WICKHAM, H. A. 1873. Letter from Wickham to Hooker. Miscellaneous Reports - MR/117 India Office - Caoutchouc Vol 1 c. 1873-1904. Introduction of Hevea brasiliensis (f.1-144). London.
WILLIS, J. C. 1906. The Ceylon Rubber Exhibition 1906. Kew Gardens Archives. Miscellaneous Reports, p. 1880-1908.