Quando a máquina ataca: notas sobre cinema e engajamento
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Abstract
Este artigo busca pensar alguns modos de embate de que tem lançado mão o cinema para lidar com as problemáticas gestões do espaço urbano, em nosso presente histórico. De um lado, pensamos como a máquina-cinema se engaja no tempo histórico e nas experiências do mundo vivido para produzir um mundo imaginado. De outro, tentamos analisar as materialidades fílmicas, para indagar sobre as modalidades de afetação que elas podem traçar com o corpo do espectador. Essa articulação se dá junto às singularidades de dois filmes do cinema brasileiro recente, Nova Dubai (Gustavo Vinagre, 2014) e Branco sai preto fica (Adirley Queirós, 2014), que traçam dois caminhos distintos de engajamento, como tentaremos indicar. Interessa-nos pensar como esses trabalhos, cada um a seu modo, oferecem vias de articulação entre o real e as potências de atração do cinema, desdobrando diretos ataques políticos a configurações territoriais na cena urbana.
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