Arqueologia, processos de musealização e representação no Brasil: enredos da colonialidade, fissuras e contranarrativas

Main Article Content

Camila Azevedo Moraes-Wichers

Abstract

This article analyses the processes musealization and representation that seek to communicate archeology and its knowledge to a wide audience in Brazil, highlighting issues related to coloniality in museums, exhibitions and other forms of dissemination and circulation of archaelogical knowlege. The article shows how dichotomies and hierarchies between present/past, us/others and subject/object, as well as acts of erasure have marked the Brazilian context. At the end of the text , as a counterpoint, the article highlights the emergence of counter-narratives, explored, as possibilities for restoring stories and emancipating social groups.

Article Details

How to Cite
Moraes-Wichers, C. A. (2021). Arqueologia, processos de musealização e representação no Brasil: enredos da colonialidade, fissuras e contranarrativas. Brasiliana: Journal for Brazilian Studies, 9(2), 206–232. https://doi.org/10.25160/bjbs.v9i2.122231
Section
Dossier

References

Agostini, C. (2011). Mundo Atlântico e Clandestinidade - Dinâmica material e simbólica em uma fazenda litorânea no Sudeste, século XIX. Tese de Doutorado. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia Programa de Pós-Graduação em História. Universidade Federal Fluminense – UFF. Niterói/RJ.
Ballestrin, L. (2013). América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 11, p. 89-117.
Barreto, C. (1999). Arqueologia brasileira: uma perspectiva histórica e comparada. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Supl. 3, p. 201-212.
Beauvoir, S. (2016) [1949]. O segundo sexo: fatos e mitos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, v. 1.
Belausteguigoitia, M. (2001). Descarados y deslinguadas: el cuerpo y la lengua índia em los umbrales de la nación. Debate Feminista, v. 12, n. 24, p. 230-253.
Bento, M. A. S. (2002). Branqueamento e branquitude no Brasil. In: Carone, I.; Bento, M. A. S. (Organizadoras). Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, p. 25- 58.
Bittencourt, R. (2018). Desafios da diversidade: a diáspora negra e os Museus. In. Costa, A. L. de A. & Lemos, E. B. R. de (Organizadoras). Anais 200 anos de museus no Brasil: desafios e perspectivas. Brasília, DF: IBRAM, p. 290-297.
Borges, R. (2019). Das perspectivas que inauguram novas visadas. Prefácio à nova edição. In. Hooks, B. Olhares negros: raça e representação. Editora Elefante.
Bruno, M. C. O.; Moraes-Wichers, C. A. (2013-2014). Apresentação do número temático da Revista de Arqueologia “Musealização da Arqueologia e produção acadêmica: novos problemas, novos desafios”. Revista de Arqueologia (Sociedade de Arqueologia Brasileira. Impresso), v. 26 e 27, pp. 2-3.
Bruno, M. C. O. (1995). Musealização da Arqueologia: um estudo de modelos para o Projeto Paranapanema. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
Bruno, M. C. O. (2005). Arqueologia e Antropofagia: A musealização de sítios arqueológicos. Revista do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, n. 31. Pp. 234-247.
Bruno, M. C. O. (2007). Musealização da Arqueologia. Texto digitado, não publicado.
Butler, J. (2003) [1990]. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
Carneiro, S. (2005). A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Tese de doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo. São Paulo.
Carvalho, A. & Pouget, F. (Organizadores). (2017). Dossiê "Debates em torno das políticas de salvaguarda e acesso de acervos arqueológicos no Brasil". Revista de Arqueologia Pública, v. 11 n. 2[19].
Chagas, M. (2005). Museus: antropofagia da memória e do patrimônio. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n. 31, pp.15-25.
Caixa Cultural. (sem data). Marcas da Alma. Uma viagem pela cultura afro-brasileira através das marcas corporais – Curadoria de Wagner Bornal. Catálogo da exposição na Caixa Cultural Salvador, coordenação geral de Rodrigo Silva.
Collins, P. H. (2019). Pensamento feminista negro conhecimento, consciência e a política do empoderamento. Boitempo Editorial, São Paulo.
Cury, M. et alii. (2017). Kaingang, Guarani Nhandewa e Terena - Resistência já! Fortalecimento e união das culturas indígenas. São Paulo: Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
Fausto-Sterling, A. (2002). Gender, Race, and Nation: The Comparative Anatomy of “Hottentot” Women in Europe, 1815-17. In: Wallace-Sanders, K. (Editor). Skin Depp, Spirit Strong. The Black Female Body in American Culture. Ann Arbor: University of Michigan, pp. 66-94.
Gero, J. (1991). Genderlithics: women’s roles in stone tool production. In: Gero, Joan M.; Conkey, M. W. (Eds.). Engendering archaeology: women and prehistory. Cambridge: Blackwell, pp. 163-193.
Hall, S. (2016). Cultura e Representação. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; Apicuri, 2016.
Hall, S. (2014). Quem precisa de identidade? In: Silva, T. T. da; Hall, S.; Woodward, K. Identidade e diferença. A perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, Vozes, p. 103-133. Publicado original em 1996.
Harding, S. (1986). The Science Question in Feminism. New York: Cornell University Press.
Hartemann, G. & Moraes, I. (2019). Contar histórias e caminhar com ancestrais. Vestígios - Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica, 12(2), p. 9-34.
Hays-Gilpin, K.; Whitley, D. S. (1998). Introduction: gendering the past. In: Hays-Gilpin, K.; Whitley, D. S. Reader in Gender Archaeology. London; New York: Routledge, 1998. p. 3-10.
Hooks, B. (2019). Olhares negros: raça e representação. Editora Elefante.
Ituassu, A. (2016). Apresentação. Hall, comunicação e política do real. In: Hall, S. Cultura e Representação. Rio de Janeiro, Ed. PUC-Rio, Apicuri, p. 9-13.
Latour, B. (2004). Políticas da natureza: Como fazer ciência na democracia. Bauru: EDUSC.
Lotierzo, T. (2017). Contornos do invisível: racismo e estética na pintura brasileira (1850-1940). Editora: Edusp; 1ª Edição.
Mangueira, R. S. (2018). Cartas arqueológicas para a cidade de São Paulo: estabelecimento de modelos de potencial para a preservação de bens arqueológicos. Dissertação de Mestrado, Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Matrangolo, A. (2005). Os impactos não avaliados nos sítios arqueológicos pré-coloniais, provocados por obras, atividades e empreendimentos de impacto local na cidade de São Paulo. O exemplo do sítio lítico do Morumbi. Monografia. Universidade de Santo Amaro – UNISA.
Mbembe, A. (2018). Necropolítica: bipoder, estado de exceção, política da morte. Traduzido por Renata Santini - São Paulo: n-1 edições.
Mcclintock, A. (2010). Couro imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Trad. Plínio Dentzien. Campinas, Editora da Unicamp.
Meneses, U. T. B. de. (1987). Identidade Cultural e Arqueologia. In: Cultura Brasileira, temas e situações, Série Fundamentos, São Paulo: Ática.
Moraes-Wichers, C. A. (2017). Narrativas arqueológicas e museológicas sob rasura: provocações feministas. Revista de Arqueologia, v. 30, p. 35-50.
Moraes-Wichers, C. A. (2017). Exposições arqueológicas e povos indígenas: passados excluídos e memórias exiladas. Crítica e Sociedade: Revista de cultura política, v. 7, p. 28-54.
Moraes-Wichers, C. A. (2019). Arqueologia, Gênero e Diferença: notas sobre um acervo de estereótipos In: Fluxos, trânsitos e intersecções dos Marcadores Sociais da Diferença.1 ed. Goiânia: CEGRAF, v.1, p. 1-20.
Moutinho, L. (2014). Diferenças e desigualdades negociadas: raça, sexualidade e gênero em produções acadêmicas recentes. Cadernos Pagu, Campinas, n. 42, p. 201-248.
Prous, A. (2019). Arqueologia Brasileira - a pré-história e os verdadeiros colonizadores. 1ª edição. Cuiabá-MT: Archaeo; Carlini & Caniato Editorial.
Querol, A Á. (2010). Las mujeres em la prehistoria: um mundo mítico. In: Fuentes-Hernandez, P. P. (Ed.). Subjetividad, cultura material y género: diálogos com la historiografia italiana. Barcelona: Icaria Editorial, p. 221-238.
Quijano, A. (2005). Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In: Lander, E. (org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina, p. 107-130.
Ribeiro, A. de S. (2013). Entre a teoria e a prática: uma discussão sobre arqueologia pública através do caso Parque Nacional Serra da Capivara, PI. Mestrado em Arqueologia. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Ribeiro, L. et alii. (2018). ‘Bravas mulheres’ discutindo gênero através da expografia. Habitus, Goiânia, 16(1), p. 5-27.
Ribeiro, L. et alii. (2017). A saia justa da Arqueologia Brasileira: mulheres e feminismos em apuro bibliográfico. Estudos Feministas, Florianópolis, 25(3): 530.
Sanabria, I. S. B. (2018). A produção de discursos sobre homem e humanismo no museu do homem americano e no musée de l’homme. 2018. Tese de Doutorado. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
Sassaman, K. E. (1998). Lithic technology and the hunter-gatherer sexual Division of labor. In: Hays-Gilpin, K.; Whitley, D. S. Reader in Gender Archaeology. London; New York: Routledge, p. 159-172.
Schwarcz, L. (2014). Lendo e agenciando imagens: o rei, a natureza e seus belos naturais. Sociologia & Antropologia. Rio de Janeiro, v. 04.02: p. 391-431.
Segato, R. (2012). Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário estratégico descolonial. E-Cadernos Ces, Epistemologias feministas: ao encontro da crítica radical [dossiê organizado por Lennita Oliveira Ruggi e Rose Barboza], Coimbra, n. 18, p. 105-131.
Silva, R. (2017). Marcas da alma: a criação e o desenvolvimento de uma exposição como estratégia para difusão, identificação e proteção do sítio arqueológico São Francisco na cidade de São Sebastião, SP. Museologia e Patrimônio - Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio - Unirio | MAST – vol.10, nº 2,
Smith, L. (2006). Uses of Heritage. London: Routledge
Wanderley, E. (2016). É pote de parente antigo! A relação de indígenas Apurinã da Terra Indígena Caititu com os sítios e objetos arqueológicos, LÁBREA/AM.
Wylie, A. (2014). Arqueologia e a crítica feminista da ciência. Entrevista com Alison Wylie concedida a Kelly Koide, Mariana Toledo Ferreira e Marisol Marini. Scientiæ studia, São Paulo, v. 12, n. 3, p. 549-590.