Ações de liberdade de índias e índios escravizados no Estado do Maranhão e Grão-Pará, primeira metade do século XVIII
Main Article Content
Abstract
Nas atas do Tribunal da Junta das Missões das capitanias do Pará e Maranhão existe um considerável número de denúncias que demonstram as irregularidades do sistema de escravidão indígena na primeira metade do século XVIII, momento em que ocorre um incremento das atividades legais e ilegais de captura e exploração de mão de obra nativa. Essas denúncias estavam associadas às ações de liberdade em que indígenas solicitavam ao Tribunal o fim de seu cativeiro e de seus familiares. Assim, o objetivo deste trabalho é avaliar de que maneira índias e índios escravizados acionaram as estruturas jurídicas coloniais para sair do jugo de seus senhores. Argumentamos que, ao realizar as ações, os indígenas objetivavam livrar-se de situações de maus tratos e jornadas árduas de trabalho, bem como conquistar o direito de escolher a quem servir, com quem casar, onde morar e, fundamentalmente, no caso das índias, de transmitir a sua condição de liberdade à descendência.
Article Details
Articles published in Brasiliana are licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License.
References
Alden, D. “The Significance of Cacao Production in the Amazon Region during the Late Colonial Period: An Essay in Comparative Economic History”. Proceedings of the American Philosophical Society 120-2 (1976): 103-135, http: http://www.jstor.org /stable/986517?seq=1#page_scan_tab_contents. Azevedo, J. L. de. 1901. Os Jesuítas no Grão-Pará: suas missões de a colonização. Lisboa: Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, p. 101-21. Brighente, Liliam F. 2012. ‘ENTRE A LIBERDADE E A ADMINISTRAÇÃO PARTICULAR: A CONDIÇÃO JURÍDICA DO INDÍGENA NA VILA DE CURITIBA (1700-1750)’. Dissertação (Mestrado em Direito) –UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Bombardi, Fernanda A. 2014. PELOS INTERSTÍCIOS DO OLHAR DO COLONIZADOR: DESCIMENTOS DE ÍNDIOS NO ESTADO DO MARANHÃO E GRÃO-PARÁ (1680-1750). Dissertação (Mestrado em História) UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Chambouleyron, R. “Escravos do Atlântico equatorial: tráfico negreiro para o Estado do Maranhão e Pará (século XVII e início do século XVIII)”. Revista Brasileira de História nº 52 (2006): 79-114, doi: 10.1590/S0102-01882006000200005 Chambouleyron, R., Bonifácio, M. S., e Melo, V. S. ‘Pelos sertões “estão todas as utilidades”. Trocas e conflitos no sertão amazônico (século XVII)’. Revista de História, 162 (2010): 13-49, doi: 10.11606/2316-9141. Chamboleyron, R; Bombardi, F. A. “Descimentos privados de índios na Amazônia Colonial (séculos XVII e XVIIII)”. Varia História 46 (2011): 601-623, 2011. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-8775201100020001 1&script=sci_arttext. Dias, Camila L. 2014. L’AMAZONIE AVANT POMBAL. ÉCONOMIE, POLITIQUE, TERRITOIRE. Tese (Doutorado em História e Civilização), ÉCOLE DES HAUTES ÉTUDES EN SCIENCES SOCIALES. Leite, S. 1943. História da Companhia de Jesus no Brasil. Lisboa: Portugália, vol. IV, p. 369-375. Mello, M. E. A. S. “Desvendando outras Franciscas: Mulheres cativas e as ações de liberdade na Amazônia colonial portuguesa”. Portuguese Studies Review 13 (2005): 1-16. ______. 2006. ‘“Para servir a quem quiser”: apelação de liberdades dos índios na Amazônia Portuguesa’. In: Sampaio, P. M.; Erthal, R. C. (Org.). Rastros da Memória: histórias e trajetórias das populações indígenas na Amazônia. Manaus: EDUA, p. 48-72. _____. 2009. Fé e império: As Juntas das Missões nas conquistas portuguesas. Manaus: EdUA/FAPEAM. _____. “O Regimento do Procurador dos Índios do Estado do Maranhão”. Outros Tempos 14 (2012): 222-231. http://www.outrostempos.uema.br/OJS/index.php/outros_ tempos_uema/issu e/view/6. Monteiro, J. M. “Alforrias, litígios e a desagregação da escravidão indígena em São Paulo”. Revista de História, São Paulo, 120 (1989), p. 45-57, http: http://www.revistas .usp.br/revhistoria/article/viewFile/18591/20654. Naud, L. M. C. Documentos sobre o índio brasileiro (2ª parte). Revista de Informação Legislativa 8 (1971), http: http://www2.senado.leg.br/bdsf/item/id/182582. Resende, M. L. C.; Langfur, H. “Minas Gerais indígena: a resistência dos índios nos sertões e nas vilas de El-Rei”. Tempo. 23 (2007): 5-22. SWEET, David G. 1987. “Francisca: esclava india (Gran Pará, siglo XVIII)”. In: SWEET, David G. e NASH, Gary B. (Orgs.) Lucha por la supervivencia en la América colonial. México: Fondo de Cultura Económica, p. 198-214. Viana, Wania A. 2013. A “GENTE DE GUERRA” NA AMAZÔNIA COLONIAL. COMPOSIÇÃO E MOBILIZAÇÃO DE TROPAS PAGAS NA CAPITANIA DO GRÃO-PARÁ (PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XVIII). Dissertação (Mestrado em História), UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ. Wojtalewicz, Paul D. 1993. THE “JUNTA DAS MISSÕES”. THE MISSIONS IN THE PORTUGUESE AMAZON. Graduate College, THE UNIVERSITY OF MINNESOTA. Zeron, C. 2011. “O governo dos escravos nas Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia e na Legislação portuguesa: separação e complementaridade entre pecado e delito”. In: Fleiter, B, e Souza, E. A Igreja no Brasil: Normas e Práticas durante a Vigência das Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia. São Paulo: Editora Unifesp, p. 323-356.