Florestas Vivas e Partilhas Estéticas: Rupturas e Continuidades Para a Construção de Uma Trajetória Sobre Arte e Ecologia no Brasil

Main Article Content

Alessandra Simões Paiva
https://orcid.org/0000-0002-7169-2804

Abstract

Este artigo delineia as rupturas e continuidades nas relações entre arte e ecologia na cena cultural brasileira, destacando como os artistas respondem criativamente às crises ambientais, promovendo um diálogo sensível sobre a relação entre humanos e natureza. Com base em referencial teórico interdisciplinar, pontuamos momentos históricos, suas rupturas e continuidades, focando nossa atenção nas interações entre as poéticas contemporâneas e a temática da ecologia, considerando estes campos como fundamentais para a compreensão do recente fenômeno do decolonialismo nas artes brasileiras. Ao destacar as dinâmicas complexas e multifacetadas entre arte e ecologia, perguntamos se na contemporaneidade brasileira é possível pensar em uma “eco-estética” alinhada aos debates sobre o Antropoceno, noção que ganhou repercussão cada vez maior nos últimos anos. Assim, almejamos oferecer uma contribuição para o desenvolvimento de uma narrativa sobre as conexões entre arte e ecologia no Brasil, fornecendo um arcabouço teórico e metodológico que possa servir de base para futuros estudos e pesquisas nesta área.

Article Details

How to Cite
Simões Paiva, A. (2024). Florestas Vivas e Partilhas Estéticas: Rupturas e Continuidades Para a Construção de Uma Trajetória Sobre Arte e Ecologia no Brasil. Brasiliana: Journal for Brazilian Studies, 13(2), 144–185. Retrieved from https://tidsskrift.dk/bras/article/view/143875
Section
Dossier
Author Biography

Alessandra Simões Paiva, University of Leeds

Alessandra Simões Paiva has a Masters in Art History, Theory and Criticism and a PhD in Latin American Studies from the University of São Paulo (USP-Brazil). Currently, she teaches interdisciplinary arts and critical race studies at undergraduate and graduate levels at the Federal University of Southern Bahia (UFSB). Her research focuses on relations of gender, race, ethnicity, and geopolitics in contemporary Latin American art. She is the author of a hundred texts, including academic articles and art reviews in the mainstream and specialized media. She was a Visiting Researcher at the School of Languages, Cultures and Societies, University of Leeds in 2024.

References

Akotirene, C. (2019). Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen.

Baio, C. & Solomon, L. H. (2020). “An Argument for an Ecosystemic AI: Articulating Connections Across Prehuman and Posthuman Intelligences”. Journal of Community Well-Being, n.3, pp. 559–584.

Bala, S. & Zangl, V. (2014). “Humor’s Opponents: Artistic Activism and the Ludic Aesthetic”, in Peter Weibel (ed.), Global Activism-Art and Conflict in the 21st Century, ZKM Books, pp. 449-454

Baniwa, D. (2022). “Joseca Yanomami”, in Pedrosa A & Ribeiro D (eds), Nossa Terra-Floresta. São Paulo: MASP.

Blackmore, L. (2020). “Liquid ecologies in Latin American and Caribbean art”, in Lisa Blackmore and Liliana Gomez (eds), Turbulent River Times: Art and Hydropower in Latin America's Extractive Zones, pp. 13-34.

Bourriaud, N. (2009). Estética relacional. São Paulo: Martins Fontes.

Bullard, R. D. (2000). Dumping in Dixie: race, class and environmental equality. Colorado: Westview Press.

Castro, E. V. de (2002). A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia, São Paulo: Cosac & Naify.

Carvalho, J. J. (2022). “Japira, mestra das plantas medicinais da Mata Atlântica”, in Boross A, Belisário Q, Miranda VAM (eds), Saberes dos Matos Pataxó: Japira Pataxó/Antônia Braz Santana. Belo Horizonte: Piseagrama, pp. 8-15.

Demos, T. J. (2009). “The Politics of Sustainability: Contemporary Art and Ecology”, in Manacorda F. (ed). (2000). Radical Nature: Art and Architecture for a Changing Planet 1969–2009. Londres: Barbican Art Gallery, pp. 16-30.

Esbell, J. (2021). “Arte Indígena Contemporânea e o Grande Mundo”, Revista Select. https://select.art.br/arte-indigena-contemporanea-e-o-grande-mundo-2/ [acesso em 19/12/2024]

Ferdinand, M. (2022). Uma ecologia decolonial: pensar a partir do mundo caribenho. São Paulo: Ubu Editora.

Guattari, F. (1989). As três ecologias. Campinas: Papirus.

Haraway, D. (2016). Staying with the trouble: making kin in the Chthulucene. Durham: Duke University Press.

Krenak, A. (2018). “Ecologia Política”. Ethnoscientia, vol. 3 n. 2. https://periodicos.ufpa.br/index.php/ethnoscientia/article/view/10225/0 [acesso em 19/12/2024]

Latorre, G. & Sandoval, C. (2008). “Chicana/o Artivism: Judy Baca’s Digital Work with Youth of Color”, In Everett A. (ed), Learning Race and Ethnicity: Youth and Digital Media, Cambridge: The John D. and Catherine T. MacArthur Foundation Series on Digital Media and Learning, pp. 81–108.

Latour, B. & Schultz, N. (2023). Memorando sobre a nova classe ecológica: como fazer emergir uma classe ecológica, consciente e segura de si. Petrópolis: Editora Vozes.

Luke, T. (1999). “Environmentality as Green Governmentality”, in Discourses of the Environment, ed. Éric Darier, Oxford: Blackwell.

Melo Filho, C. (2023). “Incertezas emergentes: arte, ecologia e mudanças climáticas no tempo do Antropoceno”. MODOS: Revista de História da Arte, vol. 7, n. 1. https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8670574 [acesso em 19/12/2024]

Mesquita, A. L. M. (2008). “Insurgências poéticas: arte ativista e ação coletiva (1990-2000)”, Dissertação de mestrado, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo.

Mignolo, W. (2010). “Aiesthesis decolonial”, Calle 14 Revista de Investigación en el Campo del Arte. vol.4, no.4, https://revistas.udistrital.edu.co/index.php/c14/article/view/1224 [acesso em 19/12/2024]

Mignolo, W. (2010). (2019), “Reconstitución epistémica/estética: la aesthesis decolonial una década después”, Calle 14 Revista de Investigación en el Campo del Arte, vol. 14, no. 25, https://revistas.udistrital.edu.co/index.php/c14/article/view/14132 [acesso em 19/12/2024]

Miguel, L. F. (2014). Democracia e representação, São Paulo: Editora Unesp.

Matias, B. L. (2021). “Trilogia Afeminada: mascaradas para dizer do memoricídio no Karyry do Ceará”. Folha de Rosto, vol. 7, n. 1. https://periodicos.ufca.edu.br/ojs/index.php/folhaderosto/article/view/679 [acesso em 19/12/2024]

Mundukuru, D. (2020). “Da gênese de véxoa”. In Naime Terena (ed), Véxoa: nós sabemos. São Paulo: Pinacoteca do Estado.

Nino, M. C. (2019). Geração de um Pernambucano contemporâneo - Rodrigo Braga. Rebeka Monita (ed). Recife: Ed. dos Autores.

Pataxó, J. (2022). Saberes dos Matos Pataxó: Japira Pataxó/Antônia Braz Santana. Belo Horizonte: Piseagrama.

Paiva, A. S. (2022). A Virada Decolonial na Arte Brasileira, Bauru: Mireveja.

Page, J. (2023). Decolonial Ecologies - The Reinvention of Natural History in Latin American Art, Cambridge: Open Book Publishers.

Rancière, J. (2015). A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Editora 34.

Ribeiro, D. (2022). “As palavras da gente da floresta são outras”, in Pedrosa A & Ribeiro D (eds), Joseca Yanomami. Nossa Terra-Floresta, São Paulo:MASP, pp. 14-33.

Ribeiro, D. (2017). O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento Justificando.

Sholette, G. (2022). The Art of Activism and the Activism of Art. Londres: Lund Humphries.

Rolnik, S. (2019). Esferas da Insurreição: Notas para uma vida não cafetinada. São Paulo: n-1 edições.

Siqueira, V. B. (2021). “Sobra o que sempre existiu: arte moderna e ecologia no Brasil”, ARS, vol. 19, n. 42, pp. 481-527, São Paulo. https://www.revistas.usp.br/ars/article/view/187541 [acesso em 19/12/2024]

Swyngedouw E. (2006). “Circulations and Metabolisms: (Hybrid) Natures and (Cyborg) Cities”, Science as Culture, 15/2, June.

Stengers, I. (2015). Catastrophic times: resisting the coming barbarism. Londres: Open Humanities Press.

Tsing, A. L. (2015). The mushroom at the end of the world: on the possibility of life in capitalist ruins. Princeton University Press.

Vieira, P. (2021). “Plant Art from the Amazon: Tree Performance in the Work of Frans Krajcberg”. Performance Philosophy, vol. 6 n.2, pp. 82–99. https://www.performancephilosophy.org/journal/article/view/343 [acesso em 19/12/2024]

Xukuru, J. & Sardelich, M. E. (2022). “Ti Katiogoyá – Wemen Limolaygo Krippó Xukuru Existências – corpos territórios de mulheres Xukuru”. Anais do 31º Encontro Nacional da ANPAP, Recife. https://www.even3.com.br/anais/31enanpap2022/512430-ti-katigoya---wemen-limolaygo--krippo-xukuru--existencias---corpos-territorios--de-mulheres-xukuru/ [acesso em 19/12/2024]