Florestas Vivas e Partilhas Estéticas: Rupturas e Continuidades Para a Construção de Uma Trajetória Sobre Arte e Ecologia no Brasil
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Abstract
Este artigo delineia as rupturas e continuidades nas relações entre arte e ecologia na cena cultural brasileira, destacando como os artistas respondem criativamente às crises ambientais, promovendo um diálogo sensível sobre a relação entre humanos e natureza. Com base em referencial teórico interdisciplinar, pontuamos momentos históricos, suas rupturas e continuidades, focando nossa atenção nas interações entre as poéticas contemporâneas e a temática da ecologia, considerando estes campos como fundamentais para a compreensão do recente fenômeno do decolonialismo nas artes brasileiras. Ao destacar as dinâmicas complexas e multifacetadas entre arte e ecologia, perguntamos se na contemporaneidade brasileira é possível pensar em uma “eco-estética” alinhada aos debates sobre o Antropoceno, noção que ganhou repercussão cada vez maior nos últimos anos. Assim, almejamos oferecer uma contribuição para o desenvolvimento de uma narrativa sobre as conexões entre arte e ecologia no Brasil, fornecendo um arcabouço teórico e metodológico que possa servir de base para futuros estudos e pesquisas nesta área.
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